Gravidez na adolescência potenciada por baixa escolaridade

Um projeto da Universidade de Coimbra, baseado em dados recolhidos entre 2008 e 2014, salienta a necessidade de se apostar mais na educação e informação dos adolescentes como forma de prevenir a gravidez indesejada na adolescência. Este facto, que é corroborado pelo senso comum, é muitas vezes menosprezado, quer individualmente, quer institucionalmente. 

Este projeto foi desenvolvido pelo Grupo de Investigação Relações Desenvolvimento & Saúde da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, com o apoio da Associação para o Planeamento da Família (APF) e a Direção-Geral de Saúde (DGS) e revelou, com dados objetivos e mensuráveis, que apesar de existirem várias causas associadas à gravidez na adolescência, existe um "traço em comum" à maioria das situações, que é baixa escolarização e/ou abandono escolar. 

A gravidez planeada ainda na adolescência assume maiores números no Alentejo e nos Açores.

O facto da maior parte da população adolescente em risco estar fora do sistema de ensino ou retida em anos escolares não normativos, restringe o seu acesso a uma educação sexual, veiculada em contexto escolar, adequada ao seu nível de desenvolvimento e agravada, por muitas vezes os parceiros serem mais velhos e não frequentarem a escola, ficando também fora do alcance dos programas de educação sexual e prevenção da gravidez. Estes dados evidenciam a necessidade da aposta na educação e informação em termos de educação sexual, não apenas a nível escolar mas também da comunidade.

Os responsáveis pelo projeto identificaram quatro linhas de ação para ajudar a combater a gravidez na adolescência:

1. A nível nacional, educação das adolescentes e dos seus parceiros sobre possíveis falhas na utilização de métodos contracetivos, o risco de gravidez, a ação da contraceção de emergência, bem como a identificação e remoção das barreiras no acesso a essa forma de contraceção; 

2. Continuar a investir em políticas de saúde que visam a promoção da utilização da contraceção, sendo também necessário avaliar as razões que explicam os resultados obtidos na região Centro e na Madeira; 

3. Promoção de projetos de vida alternativos à maternidade como forma de redução das taxas de gravidez na adolescência em regiões como o Alentejo ou os Açores; 

4. Sensibilizar as jovens para um despiste precoce de uma eventual gravidez, de forma a aumentar as oportunidades de decisão quanto ao prosseguimento ou interrupção da mesma.

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